A arte de desacelerar
A diferença de ritmo da rotina de escritora e da rotina de jornalista
Alguns anos atrás, eu estava descendo rápido, o mais rápido que eu podia, vários lances de escada numa estação de metrô em São Paulo, quando de repente parei e me perguntei: por que estou correndo tão rápido? Não tenho motivo para me apressar, já que estou indo para casa e tenho o resto do dia livre... (definitivamente, eu não era mãe naquela época). Por que estou fazendo isso assim, toda acelerada e ofegante?
Percebi que estava correndo sem motivo. Eu estava correndo porque tinha o hábito de correr, não porque eu precisava. E ok, talvez outro motivo para a minha pressa fosse o fato de que todo mundo ao meu redor parecia estar bem atrasado. Não foi com orgulho que me dei conta disso, e fiquei pensativa. Parecia que a pressa tinha se tornado parte de mim, como se não fosse possível viver em um estado mental mais tranquilo.
Bem. Há dois meses, comecei a trabalhar em uma startup como editora de uma newsletter diária. Esse trabalho tem me mantido bem ocupada, de um jeito que eu não ficava há algum tempo (mesmo considerando que agora sou mãe, e de dois). Fazia seis anos que o meu trabalho era escrever livros, dar aulas de escrita, fazer leituras críticas, pegar trabalhos como ghost writer e de edição de texto literário.
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